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PHYLLIS MARY DUNNING


Era 1 de Abril de 1932 em East Coker na Inglaterra. Foi numa aconchegante casa com telhado de palha, que nasceu a menina que deixou ainda mais belo aquele dia de primavera. Dona Constance Edna Dunning dava à luz ao seu bebê! Enfim chegou a hora de ver aquele doce rostinho. O nome escolhido foi Phyllis Mary, um nome lindo, para uma linda criancinha de olhos azuis.

Desde cedo seus pais a ensinaram sobre o grande amor do Deus ao enviar Seu precioso Filho para salvá-la. Com o falecimento de dona Constance, Phyllis foi morar com os avós paternos na Slades Farm, quando tinha apenas 6 anos. Sabia que sua mamãe havia partido porque O Senhor a chamara. Deus era muito real em sua vida. Ela queria pertencer a esse Senhor, e ainda pequenina se entregou a Ele.

Desde nova demonstrou seu caráter de serva, sempre ajudando os avós nos afazeres da fazenda. Uma de suas responsabilidades era tirar o leite das vacas, e tudo ela fazia com satisfação. Certa vez, pediu ao seu tio Eddie se poderia dirigir o trator para ajudá-lo, mas ao invés disso, Eddie disse que ela deveria cuidar de uma pequena parte da fazenda, consertando a cerca que estava danificada. Esse episódio fez Phyllis pensar sobre seu ministério, e descobriu que não faria uma obra espetacular que todos iriam ver e maravilhar-se (como dirigir um trator), mas aprendeu que seu serviço seria algo quieto, simples, mas de grande valor (como consertar um pedaço de cerca num canto).

Onde quer que fosse lá estava seu cão, Shula, um fiel companheiro, sempre agarrado à dona. Mas não era só Shula que Phyllis amava, ela também tinha um carinho especial por seus patos, jumento, pavão, entre outros animais que ela tinha.

Phyll, como era carinhosamente chamada pelos parentes, gostava muito de estar entre seus irmãos e primos mais novos, sempre ensinando-os brincadeiras, e fazendo brinquedos criativos para eles.

Alguns anos depois, encontrou-se com Dorothy Jones em um acampamento de moças jovens, e a partir dali começou uma grande amizade devido à afinidade e seu interesse pelo Brasil. Foi então que sentiu o chamado do Senhor para servir-Lo em solo brasileiro. Desta forma, começou a preparar-se para seu ministério, trabalhando num orfanato de George Muller em Bristol, e também no hospital Mildmay Mission em Londres.

Em abril de 1965, aos 33 anos, deixou para trás aquela fazenda agradável em que morava, e embarcou em viajem ao Brasil.

Acomodou-se em um sobrado em São Torquato - ES, onde já moravam Kenneth e Dorothy Jones, que a receberam de braços abertos, cuidando dela como se fosse uma filha. Logo aprendeu a língua e praticava nas reuniões de um grupo de mulheres da Casa de Oração em Vera Cruz, bem como em visitas particulares e também com as crianças. Além disso, ajudava na correção das provas dos cursos Emaús.

Em 1967, William Arthur Wood, de Conceição do Carangola, voltou para a Inglaterra com sua esposa por motivos de saúde, então Kenneth, Dorothy e Phyllis foram morar em Conceição no lugar deles. As coisas mudaram um pouco, mas a vida no campo era algo familiar para Phyllis. Nos momentos calmos, gostava de apreciar a natureza e lembrar-se da criatividade do Senhor ao criar tantos tons diferentes de verde, mas de fato, sua cor preferida era o azul.

Servindo, continuou na correção das provas dos cursos Emaús e fazia isso com excelência! Mantinha um trabalho com crianças nas chamadas “reuniõezinhas”, que eram momentos especiais! Todas as crianças ficavam atentas, sem precisar que Phyllis alterasse a voz para pedir silêncio. Bastava um olhar e todos os pequenos entendiam que era momento de prestar atenção.

Tia Phyllis Corrigindo as provas dos cursos Emaús



Crianças indo para a “Reuniãozinha”

Já há algum tempo Kenneth sentia o desejo de criar um ambiente saudável onde as pessoas pudessem passar as férias em comunhão e aprendendo mais a Palavra de Deus. Com o apoio de Phyllis e Dorothy, em 1970 deu-se então início ao ABC – Acampamento Bíblico em Conceição, ali mesmo na Fazenda dos Ingleses, onde outrora funcionava a Escola William Anglin, e desde então, Phyllis passou a ajudar na cozinha, na conversa com jovens que a procuravam e, servindo onde precisassem dela, Sempre com sua voz meiga e a quietude típica de uma pessoa sábia.

Após a mudança dos Jones para Carangola, Phyllis ficou sozinha em Conceição até o dia 4 de Janeiro de 1986, quando Maria Sebastiana Diniz veio morar com ela, sendo sua companheira de trabalho.

Visitavam os altos nas reuniões femininas, classe de crianças e visitas particulares. Tinham também um grupo de adolescentes que vinham a casa nos sábados para desenvolverem no estudo da Palavra e terem um momento social também.

Maria viu que as pessoas chamavam Phyllis de Dona Phyllis, e percebeu que a palavra “dona” era muito pesada para uma pessoa tão doce e amável, então a partir daí todos começaram a chamá-la de “Tia”.

A doce e paciente tia Phyllis, tinha um prazer em cuidar dos animais. Ela fazia isto com muito carinho. Galinhas, patos, jabutis, gatos, pavões e muitos outros, cada um com um nome especial, e obedeciam aos comandos em inglês. Era incrível! Ela conhecia a todos pelo nome. E alguns dos bichos até ganharam poesias que tia Phyllis fez.



Em seu aniversário de 81 anos, Phyllis escreveu: “Meu aniversário me trouxe muitas visitas, vários telefonemas, inúmeros abraços, felicitações e votos de que eu tenha ainda muitos e muitos anos de vida! Eu acordei cedo e comecei a pensar sobre o dia em que nasci na Burton farm, em East Coker, 81 anos atrás - como o papai disse aos irmãos dele, eu era uma criança tão pequenininha, com uma cabeça parecida com um "nabo" - precisei esperar por três meses até que o médico resolvesse do que eu poderia me alimentar sem problemas - sliperry elm - que era um alimento vindo de uma árvore da américa. A vovó costumava me dizer que ela e o vovô me visitavam quando vinham nos dias de reunião da igreja e vovô dizia: "não sei se ela vai sobreviver para que possamos vê-la criada. Mas havia um poder. Um plano atrás disso tudo, juntamente com as orações e a dedicação de mamãe... E aqui estou eu hoje, nesse lugar privilegiado - que milagre! Que plano! Como agradecer? Não há limites para essa gratidão".

Setembro de 2013 foi um mês extremamente triste. Há alguns dias, tia Phyllis estava passando mal, tossindo muito. Sábado dia 21, ela estava bem melhor, estava até montando mais um dos seus quebra-cabeças. Mas a noite chegou, e com ela as dores. Tia passou mal, vômitos, inquietação e desorientação. Maria Sebastiana cuidou dela com todo o amor. No dia seguinte foram ao hospital, onde teve 3 paradas respiratórias. Ela ficou internada na UTI, respirando por aparelhos... inconsciente... em coma, até que chegou a manhã de 29 de outubro e ela faleceu.

Na reunião de ação de graças por sua vida, havia uma multidão presente.  O seu testemunho ainda fala. Como ela dizia, apontando para o céu: “Lá, nós teremos o melhor conforto!”.



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