EDWARD PERCY ELLIS

Edward Percy Ellis, nasceu em 28 de outubro de 1879, em Kent, próximo a Londres, Inglaterra. Filho de Edward Grimley Ellis e Maude Anna Mary Ellis, foi membro de uma assembleia na Inglaterra, quando em 1907 veio trabalhar numa firma de representação farmacêutica na Bahia. Morando em Salvador, reuniu-se com irmãos, podendo auxiliá-los no Evangelho, dentre eles, Gerson Antunes. Por volta dos anos de 1918 e 1919, mudou-se para o Rio de Janeiro onde foi sócio de uma empresa de importação e exportação com José Fernandes Braga Jr, filho do industrial José Luiz Fernandes Braga, ambos, nesta cidade, membros da Igreja Evangélica Fluminense.

                Em 1921, os irmãos que se reuniam à Rua Senador Pompeu, Rio de Janeiro, começaram um fundo para a compra de uma sede, e dentre os responsáveis de receberem as contribuições, estava o irmão Ellis, cujas ofertas deveriam ser endereçadas à Rua São Pedro, 138. Daí percebe-se uma estreita ligação dele com os irmãos, mesmo como membro na Igreja Evangélica Fluminense.

                O fundo para a compra de uma sede, já tinha em caixa vinte e tantos contos de réis (moeda da época), quando em 1923 o Sr. E. P. Ellis, tendo recebido uma herança na Inglaterra, comprou a casa por 40 contos de réis, e doou-a à igreja e deixou a igreja com liberdade de devolver as importâncias recebidas aos respectivos doadores, ou, no que fosse impossível assim fazer, empregar a parte não devolvida na compra de móveis e na adaptação da casa ao seu novo fim.

                Por ocasião da mudança da igreja para a Rua São Carlos, o Sr. Ellis uniu-se ao grupo. Residiu com a família, por um certo tempo, numa parte desta casa. Somente muitos anos depois Deus permitiu que a casa, adaptada para os trabalhos da igreja, fosse demolida e fosse construída a atual casa da Rua São Carlos, 104.

                O Sr. Ellis foi usado nas mãos de Deus como importante instrumento para o progresso espiritual do grupo. Foi presbítero na igreja de São Carlos. Tinha uma grande visão espiritual, estimulava e conduzia os crentes a ocuparem-se com a Pessoa do Senhor Jesus.

                Por iniciativa dele, organizou-se a Escola Dominical, os trabalhos com a mocidade e a publicação das “Lições para a Escola Dominical”, cujas revistas são publicadas e usadas até nos dias de hoje por diversas igrejas locais.

                As “Lições”, começadas em 1924, forneciam, a princípio, apenas o título da lição, o texto para estudo e o texto áureo; tinham apenas 4 páginas e a tiragem no início eram de 500 exemplares. Em 1927 passaram a ter um pequeno comentário. No último trimestre de 1929 em diante, passaram a trazer, também, um comentário para o Primário.
                 Contribuiu na autoria e tradução de alguns hinos, Hinos e Cânticos: 161, 164, 285, 309, 383, 441, 578, 594, 597, 674 e 723 

                O Sr. Ellis foi erudito, tinha um vasto conhecimento do grego e de outras línguas, e chegou a fazer traduções, para o inglês, de memórias póstumas de Brás Cubas e de algumas obras de Machado de Assis.
                A Sra Aagot Marie Ellis (née Falkenberg-Smith), sua esposa, era norueguesa e demonstrava um desejo constante de ver almas ganhas para o Salvador. O filho Olaf Ellis (Olavo Ellis) também muito ajudou no ensino bíblico da Igreja brasileira. 
                Dentre seus livros publicados, se destacam: "Os Filhos do Reino de Deus" ; "Os Súditos do Reino de Deus" ; "Os Amigos de Jesus Cristo" ; "Os Provérbios de Salomão" ; "Órion - Um Problema" ; "A Águia - Um retrato" ; "Éfeso - uma Ilustração".
                Contribuiu para a comunidade científica através de sua valorosa coleção de borboletas e mariposas.
                 Destacou-se também na arte da pintura a óleo e aquarelas com diversos quadros.

                Partiu para o Senhor no dia 21 de maio de 1963.       

Alguns dados foram extraídos do Livro: "Os irmãos" de Silas G. Filgueiras

Fotografia do Sr Ellis, datada de abril de 1955, de autoria do Prof. Paulo Pereira, ex-aluno, tirada na Rua Moraes e Silva, Tijuca, Rio de Janeiro, quando o mestre dirigia-se a Rua Otto de Alencar, para mais uma aula de inglês e de sabedoria.