Samuel Wright Curran nasceu no dia 09 de dezembro de 1921 em Banbridge, uma cidade no condado de Down na Irlanda do Norte. Filho de Robert e Elizabeth Curran, foi criado em lar cristão. Membro da assembleia em Ballywill Gospel Hall, casou-se com Eleanor May.
Sr.
Curran trabalhava seis dias da semana em uma fábrica de móveis na cidade de
Portadown, na Irlanda, sendo meio expediente aos sábados pela manhã. Assim, decidiu dedicar a parte da tarde para conversar com as pessoas pelas
ruas de sua cidade, distribuindo folhetos e literatura cristã. Um dia, ao
entregar um folheto para uma senhora que o atendeu abrindo somente a parte de
cima da porta, olhou para ele com expressão de quem não estava gostando, e disse:
“Você está mal-empregado num dia bom como este quando a colheita precisa ser
recolhida”. Ele respondeu: “senhora, já trabalhei por cinco dias e meio esta
semana e estou usando meu meio-dia livre para fazer isto”. O rosto dela se
abrandou e ela perguntou: “você é da igreja ali em cima?” Ele respondeu “Não,
eu me reúno com os crentes de Ballywill Gospel Hall” e ela então lhe disse:
“Ah! Eles são bons” e, esticando o braço, pegou o folheto.
Embora
um lar feliz, o casal Curran sentiu que faltava algo, e D. Eleanor pensou: “fiz
um bom casamento, tenho um filhinho, meu marido ganha o suficiente para termos
uma vida razoavelmente confortável. Tenho amigos e família, estou em comunhão
com a igreja local, mas o que é que Deus está obtendo da minha vida?”. Não
demorou muito para que ela relatasse tais pensamentos ao marido, do qual, respondeu:
“que estranho que você esteja pensando assim, pois esses são exatamente os meus
pensamentos também”.
Passados
alguns anos, os pensamentos em fazer mais pela Obra do Senhor ganhavam mais frequência,
e sentiram que deveriam fazer alguma coisa em definitivo. Um dia, Sr. Curran
encontrou no trabalho algumas revistas usadas que serviriam para embalagem, e
nelas, descobriu histórias que o interessaram sobre os índios na América do
Sul, que parece ter-lhe despertado mais o interesse no Continente. O casal se
colocou em oração a respeito e passaram a escrever para missionários na América
do Sul, no Peru, Venezuela, Brasil. Mas ainda pairava a incerteza, pois o casal
não queria forçar um desfecho.
Um
dia, no início do ano de 1958, D. Eleanor disse ao marido: “você não ficaria
feliz em ir ao sul do Brasil onde o irmão John McCann trabalha?” Ele respondeu:
“Não! Eu temo estar indo só porque o conheço”. Sr. Curran queria uma certeza de
que não estavam forçando um desfecho por seus próprios pensamentos sem a aprovação
de Deus. Depois de alguns dias, o Sr. McCann escreveu do Brasil para o Sr.
Curran: “Sam, você tem certeza de que Deus não está orientando você para o sul
do Brasil, pois gostaríamos muito de tê-lo aqui?”. D. Eleanor leu a carta
quando a foi entregue, fechou a porta de seu quarto, ajoelhou e agradeceu a Deus
pela resposta. Quando o Sr. Curran chegou em casa, sua primeira pergunta foi: “alguma
carta hoje?”. D. Eleanor respondeu: “Sim” – “De quem?” ele arguiu. Ela, procurando
manter a calma para não o influenciar, disse: “Só uma do John McCann”. Ele
tomou a carta e foi lê-la em outro cômodo. Depois desceu pelo corredor e entrou
no quarto, fechando a porta. Um pouco depois ele veio até a cozinha, olhou para
a esposa e disse: “Você leu a carta?” ela disse “Li”. - “O que você achou?” -
“Eu fiz exatamente o que você fez. Entrei no quarto, fechei a porta e agradeci a Deus
pela resposta”. Respondeu D. Eleanor. - “foi exatamente o que acabei de fazer” disse
o Sr. Curran. O casal então se abraçou e fluíram lágrimas de agradecimento e
alívio.
Naquele
mesmo ano, o casal foi recomendado para o serviço missionário pelas assembleias
de Ahorey, Portadown, Banbridge e Newcastle, County Down, Irlanda. Em companhia
do casal Wilson, que já estava trabalhando no Rio Grande do Sul, o casal
Curran, juntamente com seus três filhos menores, David, Samuel e Andrew, embarcaram
no navio RAEBURN, através do porto de Liverpool, no dia 18 de junho de 1958, rumo
ao Brasil. Chegaram no Brasil no dia 7 de julho, desembarcando no Porto de
Santos. Dali, dirigiram-se para a cidade de Osório-RS, onde fixaram residência na
Av. Santos Dumont.
Em
companhia do Sr. Henry Morton Wilson, trabalhou na cidade de Osório e nas
cidades daquela região. Em 1959, alugaram um local para uma série de reuniões
evangelísticas, e em três semanas, foram entregues mais de mil literaturas cristãs.
Em
Porto Alegre, iniciaram uma série de reuniões com um pequeno grupo, que
devagarinho, foi crescendo a assistência por parte dos conversos.
Momentos
de grande tribulação para a família, foi a falecimento de dois dos seus filhos,
Andrew, em 1977 e David, em 1978.
Após
29 anos dedicados ao serviço do Senhor no Brasil, Samuel Wright Curran partiu
para o Senhor no dia 25 de julho de 1987, sendo sepultado na cidade de Osório-RS
que tanto amou. D. Eleanor, pouco depois, voltou para a Irlanda, onde viveu por
lá cerca de 17 anos. Sendo durante esse período, fez frequentes visitas ao
Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário