George Samuel Orr nasceu no dia
27 de dezembro de 1918 em Dublin, capital da Irlanda. Filho de Samuel
e Lily Orr, foi criado num lar cristão, onde seus pais nunca deixaram de orar
por ele e seus seis irmãos.
Quando
criança, a família recebeu em casa a visita de um missionário que trabalhava na
Índia, que, após o almoço, o pegou nos braços e orou para que George fosse
salvo e se tornasse um missionário.
George
começou a trabalhar aos 14 anos numa importadora de chá, tornando-se um adolescente
rebelde. Mas foi quando tinha 17 anos que recebeu um convite de um irmão idoso
para uma reunião, aceitou e, pode ouvir, através da pregação de um missionário
da Jamaica, o Sr. Harold Wildsh, sobre Moisés, o bebê condenado a morrer, mas que foi
salvo pela filha do rei. “Enquanto ele falava tive uma relação pessoal com
Deus. Eu me reconheci como um pecador e implorei para que Ele olhasse para a
cruz em vista dos meus pecados. Que momento incrível quando me vi incluído na
obra de Cristo na cruz, meus pecados lavados e perdoados.” Relatou o Sr.
George Orr ao se lembrar daquele memorável dia de 23 de abril de 1936.
Em seguida, George Orr passou a frequentar todas as
reuniões da assembleia da Rua Caschel em Crumlim, na cidade de Dublin, e logo
foi batizado. Os irmãos da igreja local tinham uma reunião para oração por
missionários, onde liam e apresentavam as características do trabalho de Deus
em vários países, os missionários e os problemas que enfrentavam, e assim, a
igreja orava. Deus fez com que o jovem George Orr pensasse no Brasil, e durante
esse tempo, releu o livro “Aventuras com a Bíblia no Brasil” de Frederick C.
Glass, que ele tinha recebido como prêmio da Escola Dominical anos antes. Começou
a escrever para um missionário do Brasil que morava na Inglaterra querendo
saber mais a respeito do país e do trabalho realizado. Sentiu que deveria ir e
ajudar na obra de Deus. Mas então, em 1939 começou a Segunda Guerra Mundial e
toda a navegação de passageiros civis parou. Ainda assim, não deixou de orar
pela sua ida ao campo missionário.
Enquanto o mundo enfrentava a Segunda Guerra, o
Senhor estava cuidando de George Orr. Foi então que em 1941, conheceu Martha,
aquela que seria sua esposa e companheira por toda a vida. Se Casaram em 4 de
abril de 1944.
Terminada a
guerra em 1945, os navios começaram a deixar os portos da Irlanda para outros
países. George e esposa ainda aguardavam a confirmação do Senhor para o serviço
missionário, até que numa reunião, um pregador ao ler Jeremias capítulo 1, a
palavra “IRÁS” chamou a atenção do Sr. George Orr: “IRÁS a todos a quem eu
te enviar, irás; e tudo quanto eu te mandar, falarás” v.7. Imediatamente expôs
à igreja seu objetivo e logo recebeu o apoio da igreja. Em 1947 O casal Orr foi
recomendado pela assembleia em Cashel Road em Crumlin, Dublin, Irlanda.
No dia 18 de outubro de 1947, Sr. George Orr, a
esposa Martha e o filho Stanley de apenas 2 anos, embarcaram no navio Highland
Brigade, através do porto de Londres, rumo ao Brasil e desembarcaram em Santos
no dia 5 de novembro. Eles ainda não dominavam a língua portuguesa e no início
foram auxiliados pelo Sr. Edward Hollywell de São Paulo. Sem ainda residência
fixa, deixaram a maior parte da bagagem na Casa de Oração em Santos enquanto
estavam em São Paulo, até que a cidade sofreu um forte temporal, causando
alagamentos, incluindo a Casa de Oração, e parte de seus pertences se perderam.
Eles logo se mudaram para Santo André, em São Paulo, e pouco depois para o povoado de Vila Luzita, onde uma igreja se formou. Depois foram para Niterói, no Rio de Janeiro. Depois voltaram para São Paulo onde ajudaram na igreja de Sousas, em Campinas. Sua próxima mudança foi para o Estado do Paraná, onde moraram numa pequena casa atrás da casa de oração de Ahú de Baixo e ajudaram no trabalho ao redor daquela grande cidade. Em seguida, mudaram para o norte, ao Estado de Minas Gerais, onde por alguns anos ele trabalhou como empregado na construção de uma grande usina hidroelétrica durante o dia, e continuou a evangelizar à noite. Dali ele também auxiliou igrejas como a de São Joaquim da Barra no Estado de São Paulo e igrejas no Estado de Minas Gerais. Depois de uma temporada na Irlanda do Norte em 1957/58 eles voltaram para ajudar a pequena igreja em Vila Luzita por alguns anos. Então mudaram para o Estado de Santa Catarina, ao sul do Paraná, morando na cidade de Joinville onde algumas almas foram salvas.
Sr. George Orr em 1971
O movimento seguinte foi de volta para o Estado do Paraná,
primeiro para a cidade de Maringá e mais tarde mais para o interior, para a
distante área rural de Japurá. Havia uma igreja em Japurá e mais tarde foi
instituído um centro para conferências. Enquanto estavam ali, puderam ajudar
igrejas novas como aquelas em São João do Ivaí, Paranavaí e Umuarama. Alguns
anos depois mudaram para um vilarejo chamado Quatro Barras, nos arredores de
Curitiba, onde deram início a uma pequena igreja, e puderam ajudar outras
igrejas inclusive a que se encontra em Vila das Oficinas. Em Quatro Barras
também se estabeleceu um centro de conferências. Continuaram trabalhando a
partir da base em Quatro Barras até que, devido a problemas ligados ao avanço
da idade, não puderam regressar, mas continuaram em contato com os irmãos ali
por correspondência.
O casal Orr teve sete filhos e, a exceção do mais
velho, todos nasceram no Brasil.
O casal se aposentou do serviço e voltaram para a Irlanda, e devido a problemas de saúde, não puderam retornar ao Brasil. Em agosto de 2004, Sr. George Orr teve que colocar um marca-passo e no início de 2006 foi hospitalizado algumas vezes. Sr. George Orr foi chamado pelo Senhor em 18 de maio de 2006 e D. Martha, em 9 de setembro. Ambos foram sepultados no cemitério Ballynahone, em Armagh, na Irlanda do Norte.
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