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HAROLD ST. JOHN



Harold St. John nasceu em 1876, na Inglaterra. Seu pai trabalhou como tesoureiro em Sarawak, Estado da Malásia e depois, sua família passou um tempo na Alemanha e na Bélgica.
Seus pais tiveram seis filhos, sendo Harold o quarto. Sua mãe Blanche St. John, foi a primeira a se converter e uniu-se ao Movimento dos Irmãos, e logo aplicou  os princípios cristãos na criação de seus filhos. Em suas estadias na Inglaterra, a família St. John tinha professores da Bíblia, como W. J. Lowe e Charles H. Mackintosh em torno da mesa de chá.
Ainda quando pequeno, Harold, sonhava se graduar em Oxford, e chegou a dar os primeiros passos, porém a família foi surpreendida pela morte repentina de seu pai numa viagem ao México, o que ocasionou grande escassez econômica. Com isso o sonho de Oxford foi se perdendo.
Harold converteu-se aos 18 anos, no dia 20 de outubro de 1894: “Lembro-me do dia - jamais o esquecerei, quando vi, pela fé, meu Salvador vencendo a morte, prova irrefutável de que a obra da salvação estava eternamente terminada, pois Ele havia destruído aquele que tinha o poder da morte e, por medo da morte, tinham aprisionado aqueles que toda a sua vida estavam sujeitos à escravidão. E desde aquele dia, quando eu soube que meu Salvador tinha destruído a morte e quebrado seu poder para sempre, e carregado o testemunho de sua vitória até a morada de Deus - desde esse dia, eu nunca conheci desafio que pudesse colocar o mínimo medo em meu coração quanto à minha segurança eterna no Senhor Jesus Cristo ... Ele triunfou, Ele subiu a Deus, e por Sua misericórdia vou para lá também.”    
Por volta desta época, conseguiu um cargo em um banco londrino. Ele se saiu bem; era um matemático inteligente, bem versado em francês e alemão, seu salário não era alto, mas era o suficiente para ajudar a sustentar a casa da família em Bayswater, Londres.
Como nova criatura, teve o desejo e o dom para a pregação do Evangelho, e começou a pregar pelas vielas de Londres após sua jornada de trabalho no Banco, e doou seu tempo de férias para ajudar o Sr. Radstock em seu trabalho evangelístico pelo continente europeu.
Por muitas vezes ele pregava à noite ao ar livre, mas ficou incomodado que sua mensagem não alcançava os mais pobres. Logo percebeu a necessidade de vestir-se de forma mais simples de modo que ao chegar numa viela, onde residiam ali moradores sem teto, sentou-se ao lado deles, ouvindo as suas necessidades e aflições. Repetiu esta ação por algumas vezes e chegou até pernoitar com eles. Então, às seis horas da manhã, quando tomavam o café da manhã ele começou a falar com eles. Referindo-se a estes dias, disse ele: “Agora eu descobri que não havia a menor dificuldade em obter sua atenção. Eu entendi como os mares da vida os embaraçavam, e eles estavam perfeitamente dispostos a ouvir um homem que tinha sentado onde eles estavam sentados.” Assim Harold, periodicamente, passou a fazer pregações e obteve muito êxito.
 Em 1913, surpreendeu seus superiores renunciando ao banco para prosseguir o trabalho missionário. Seu gerente perguntou: "Como você vai viver, e quem vai cuidar de suas despesas, já que você não está saindo sob qualquer sociedade missionária reconhecida?" Harold respondeu: "Vou sair para fazer a obra de Deus, se é Deus quem envia, é Deus mesmo quem garante."
Em julho de 1914, casou-se com uma cristã igualmente dedicada, Ella Swain, e nesta mesma época navegaram para Buenos Aires, Argentina. As experiências de Harold entre os moradores de favelas eram um bom treinamento. Sua casa lá estava infestada com besouros e outras coisas rastejantes que iriam imergir das rachaduras e fendas à noite. As pernas de suas camas estavam em panelas de querosene para deter os que não podiam voar, contou ele. Lá, Ella aprendeu a compartilhar uma cozinha com outras quatro famílias. Tais foram os começos missionários dos recém casados.
Ao esperar seu primeiro filho, Ella recebeu notícias de que seu pai estava gravemente doente na Inglaterra. Eles decidiram mandar Ella navegar para lá até o nascimento da primeira filha, Hazel. Essa ruptura em sua vida familiar foi piorada quando Ella e o bebê Hazel não puderam retornar a América do Sul por causa da Primeira Guerra Mundial. Harold e Ella aceitaram essas situações difíceis como parte da vontade de Deus em suas vidas. O amor e a realidade espiritual que reinavam na casa da família St. John era provado pelas difíceis circuntâncias.
Harold tinha se ligado com Homer Payne e foi em viagens missionárias prolongadas para a Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina, muitas vezes evangelizando a cavalo e a pé. Foi então, em 1917, veio para o Brasil, Carangola-MG e juntou-se ao Sr. Stuart McNair. Ali, em 1918, começaram um ministério de ensino através da Escola Bíblica, afirmando: "Nosso principal desejo é que possa haver uma atmosfera de oração e poder espiritual, a fim de que, Possa haver ainda mais progresso no conhecimento de Deus ".




No período de 1918 até 1920 foram realizadas três Escolas Bíblicas em Carangola, lecionavam de forma a estimularem os alunos no ensino da Palavra, desenvolvendo seus dons sem que afastassem do seu meio de vida, que era a lavoura. Em seis meses, conseguiam ler todo o Evangelho de João no original grego. As Escolas Bíblicas foram bem sucedidas, os alunos geraram frutos para gerações futuras que permanecem até hoje.
Em 1921, ele deixou o Brasil para uma viagem à Guiana Britânica, e para perseguir um extenso ministério itinerante. De lá, ele estendeu seus limites ministeriais além da América do Sul para o Hemisfério Norte, as Índias Ocidentais, Europa, África do Norte e Sul, Palestina, Austrália e Nova Zelândia.
Ele era descrito pelos mais próximos como um homem radiante, mantinha um brilho em seu rosto. Um homem que desfrutou de uma longa caminhada para suas pregações, ele andava a passos largos, seus lábios se movendo no que ele chamou de "oração perambulatória", braços balançando, alheio aos transeuntes. Uma vez no púlpito, ele se apresentou diante da igreja e, sem olhar para a Bíblia, recitava de memória a passagem a ser estudada. Tinha um vasto conhecimento bíblico, seus amplos estudos na Palavra de Deus foram recentemente disponibilizados pela Gospel Tract Publishers de Glasgow em 2 grandes volumes.
Até o final, Harold St. John manteve-se na Luz. Do seu leito de morte, ele disse: "Estou fraco demais para orar, estou muito cansado para amá-Lo muito, mas estou aqui deitado, deixando que Ele me ame". Dentro e fora da consciência, dizia: "Quando eu entrar para ver o Rei, será muito brilhante ... o Rei em Sua beleza ... pura alegria sem nuvens ... tudo se foi, todos os meus pecados, Todos os meus medos ... apenas Cristo agora ... Eu sou o homem mais feliz vivo ... É tudo brilhante, tudo brilhante! "
Harold St John partiu para o Senhor em 1957, em Abergele, Inglaterra.




Alguns dados foram extraídos de www.plymouthbrethren.org

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Harold St. John e o quadro de Holman Hunt

 

                     Certa vez Harold St. John estava na Capela do Colégio Klebe em Oxford. Lá havia uma cópia da obra-prima de Holman Hunt, "Light of the World", cuja ilustração é atribuída a Jesus Cristo. Quando alguns turistas passaram por ali, o guia entoou: "O original desta imagem foi vendido por 5.000 libras". Antes que as palavras tivessem morrido no ar, a própria voz de Harold anunciou: "Senhoras e senhores, posso acrescentar que o verdadeiro original deste quadro foi vendido por trinta moedas de prata." Somente o silêncio seguiu as palavras de Harold. Os turistas refletiram, e com nova reverência deixaram a capela.

 

 

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